domingo, 21 de outubro de 2007

. Fênix implume .


.Morro e renasço pra reconhecer a loucura
E nos labirintos do destino
Entrever como um bicho atônito todo o sentido
Percorro escalas dos abismos às estrelas
Conhecendo o avesso
Revolucionando-me em viagens cósmicas
Interplanetárias
Quiçá um acoplamento ao perfeito complexo orbital
Eis o grande momento majestoso
Imaginação ilimitada de um amor fatalista e descomunal
De um lado a liberdade,de outro a covardia
Que lampeja o fulgor
Abrindo-se os escuros portões do interior
Absorta em pensamentos tão antigos quanto o mundo
Euforia irrefreável e contagiosa
Febre que nunca passa
Nunca cansa
Formigamento mental embraseante
Sensibilizando-me o corpo,a imaginação
O sentimento,a ideologia e a crença
Tudo quanto não é,mas aparenta ser,razão
A dor é a carne da palavra
A lágrima o sal da verdade
Derreto-me em lágrimas vermelhas sangrando um manancial inesgotável
Morro e renasço
Medito e me anulo em silêncio
Silêncio que se transforma em gota d'água
Espécie de tsunami privado
Líquidos translúcidos
Ah! Se chegasse em breve o dia previsto e incerto
O peso do meu coração regular-se-ia com o da folha de tilia no chão
Libertar-me-ia de todas as névoas sombrias
E das incertezas do Universo
Senão no sentido verdadeiro, pelo menos no ilusório
A saudade do futuro não mais me sufocaria
Transformar-se-ia em suaves aromas de açucenas brancas
Almas aliviadas
Buscando-se reciprocamente
Estendidas durante os milênios num petrificado paroxismo do desejo
Olhos sobrenaturalmente eclipsados
Enquanto os pequenos ácaros assistiriam uma chuva finíssima de emoção
Poesia da excessiva interiorização...
Forma tanatológica e portentosa da paixão
Segredo de amor.

. Kaísa .
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2 comentários:

Guga Detoni disse...

se as gaivotas lembrarem Richard Bach, ficou perfeito!


;)

Leo disse...

Um passo de cada vez..
Adorei..