quarta-feira, 23 de julho de 2008

. Síndrome de Bailarina .






.Caminhos foram abertos
Com clarões vindo dos olhos buscados pelos meus
Embevecida
Mantenho meus olhos ungidos
Vale o que sou
Terpsícore intemerata
Seduzida pela força da doçura que me embala
Celebro por excelência
A flamejante dança
Dançarei em todas as estações do ano
Na calidez das horas ansiolíticas
E sob as condições mais adversas
Entre uma ligeira pausa e outra
Guardarei o ritmo remansoso
Longe da mente a idéia de recuar
Revestida de uma liberdade mais propensa a altos vôos
Rodopiante,deixo o canto ser o canto
E não minha expectativa eufônica
Não sei de nada que me dissolva na água dos tempos
Antes de tudo,livre!
Desprender-se!
O que é nosso não é nosso
Do que viveu e sobretudo do que não se viveu
Do desapego o verdadeiro amor transluz
Apegar-se a quê? a quem? Para quê?
Pujante, criei um filtro
A mim só interessa absorver a energia produtiva
Jubilosa, nutritiva e edificante
Libertar-me-ei de tudo que limita,algema e obscurece
Estranhamente confortada
Sinto-me como se estivesse num canal de nascença
Movendo-me em direção ao útero
Ao esquecimento
Benigna calma!
Desmoronam-se os medos
Alinham-se os significados
Sintetiza-se a vida
A uníssona canção restabelecida
Se não é sublime
É mais do que isso
É a minha síndrome de bailarina!
Meu espírito,omoplatas e passos congraçam
Nessa dança divina que me consumo
Enfrento os escárnios e tormentos
A vitória é toda minha.


. Kaísa .
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Foto:Curlytops's.

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Girassóis Sombrios





Dá-me os tons de tua existência
Tão só pela sombra de tuas palavras não proferidas
No prospecto de um silêncio plurissignificativo,
Que na abrangência do som que emitirias
Entoaria a voz de minhas lágrimas secas.
Todavia, é da cor dos olhos
Da cor de que pintei os meus sentidos
O sorriso ocre que estampo sem mais.
Não é no que sou que resguardo á fé de não temer o que serei,
E temo.
Não é no que quero que baseio a luta por meus objetivos,
E não espero.
Costurei na boca de meus sapos a relutância de meus seres,
Deixei de me ter pelo delírio inexprimível da divina insânia profana
E encontrei graça em companhia de outros sorrisos.
De olhos menos profundos,
De contradição menos aparente,
De perturbação mais inexplicável.
Adiante, talvez perca a motivação de minha pena,
Como me parece ter ocorrido.
Talvez volte atrás nalgumas decisões,
Veja ou não resistir à geografia e à desobediência.
Mas me já extasio tão só com o espetáculo do fogo que ateei.
Da luz que emite em meios-tons da noite
E do cádmio vivo de meus girassóis que crescem na sombra.
Mais ainda pela tonalidade das cinzas,
Que se não dispersam...
Das queimaduras não superficiais,
Fá-las-ei sanarem-se.
Não desprovidas das cicatrizes com que presentearei olhos saudosistas.
Com efeito, que fiz mais intenso o adeus
Do que a distância que me separará.
É que o mesclado de meus sonhos ociosos
Evacua o ventre infecundo de idéias,
E tão somente me permitem restaurar das chamas parte do que levarei comigo.
Disto a pedaços da transitoriedade inerente às barras de ferro em torno de mim
Que fiz derreter com o calor,
E me motivo só pela ânsia de provar da transformação dos amores,
De todos os meus.

Tatiane Hirata

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

. Caligrafia escarlate .





.Flutuando na placidez do ventre da minha amada mãe
Na face humanizada das minhas bonecas de porcelana
Nas paredes do meu quarto
Nas carteiras escolares
Escrevia teu nome com o meu sangue.
Entre pedras e arbustos
Nos oitis,nas folhas de plátanos e nos campos de lírios
À sombra de ramalhudas e luxuriantes árvores
Nos invernos agrestes,ao calor do fogo e frescor da chuva
Escrevia teu nome com o meu sangue.
No porão aturdida de lembranças vivas e afetuosas
Nas areias ermas quando desabitadas
No teto das cabanas,nos meus inestimáveis animais de estimação
Nos diversos lugares desolados e graciosamente solitários
Escrevia teu nome com o meu sangue.
Nos travesseiros e lençóis de falso cetim
Em todas as toalhas brancas que me enxuguei
Nas páginas dos meus livros velhos e bolorentos
Nas cartas que escrevi e que nunca serão enviadas
Escrevia teu nome com o meu sangue.
Nas salas de espera, nas vitrines e vidraças
Nos vapores dos espelhos, nos banheiros
Nos elevadores e nos automóveis
Nas ruas, nos postes e muros
Escrevia teu nome com o meu sangue.
Nos pratos, nas taças e talheres
No gargalho das garrafas de vinho
Nas noites surdas e insones
Nos anestésicos engolidos em vão
Escrevia teu nome com o meu sangue.
Nos meus instantes de cólera e desespero
Nos meus acessos de loucura
Na mais penosa insegurança e aflição
Nos cadarços que se arrebentaram a 2 passos dos portões do inferno
Escrevia teu nome com o meu sangue.
Na minha carne,ossos,cartilagem e nervos
Nas feridas mal curadas,no padecimento sufocante
Nos jornais, nas notícias que se desgraçam
Nos olhos enervantes
Escrevia teu nome com o meu sangue.
Nos candelabros,
Em todos os riscos que a coragem encerra
Nas catacumbas, criptas e ossários
No lampejo de tudo que se encontra além e que revela a vida
Escrevia teu nome com o meu sangue.
Na alegria insinuando-se sorrateiramente ao longo do dia
Nos templos,nos cálices,nos bancos das comunidades eclesiais
Nas noites de litúrgicos delírios e contentamentos difusos
Nas minhas horas mais sublimes de súbito êxtase e exaltação
Escrevia teu nome com o meu sangue.
Em todos os prazeres,
Na impetuosidade do meu temperamento - perverso e celestial
No vento, nas nuvens cumuliformes como uma doida varrida
Nas entrelinhas, na embriaguez das palavras
Escrevia teu nome com o meu sangue.
Tempo de recomeçar!
Haja amor! Haja sangue!
E tem sido assim,
Desde o primeiro dia até o final dos tempos.
Diátese hemorrágica?
Não queira traçar o meu perfil grafológico
Deixe-me sangrar à vontade!
Eu gosto assim.
Os dias se enobrecem,
E a rotina encarrega-se de rotular a minha caligrafia escarlate!.


. Kaísa .
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domingo, 21 de outubro de 2007

. Fênix implume .


.Morro e renasço pra reconhecer a loucura
E nos labirintos do destino
Entrever como um bicho atônito todo o sentido
Percorro escalas dos abismos às estrelas
Conhecendo o avesso
Revolucionando-me em viagens cósmicas
Interplanetárias
Quiçá um acoplamento ao perfeito complexo orbital
Eis o grande momento majestoso
Imaginação ilimitada de um amor fatalista e descomunal
De um lado a liberdade,de outro a covardia
Que lampeja o fulgor
Abrindo-se os escuros portões do interior
Absorta em pensamentos tão antigos quanto o mundo
Euforia irrefreável e contagiosa
Febre que nunca passa
Nunca cansa
Formigamento mental embraseante
Sensibilizando-me o corpo,a imaginação
O sentimento,a ideologia e a crença
Tudo quanto não é,mas aparenta ser,razão
A dor é a carne da palavra
A lágrima o sal da verdade
Derreto-me em lágrimas vermelhas sangrando um manancial inesgotável
Morro e renasço
Medito e me anulo em silêncio
Silêncio que se transforma em gota d'água
Espécie de tsunami privado
Líquidos translúcidos
Ah! Se chegasse em breve o dia previsto e incerto
O peso do meu coração regular-se-ia com o da folha de tilia no chão
Libertar-me-ia de todas as névoas sombrias
E das incertezas do Universo
Senão no sentido verdadeiro, pelo menos no ilusório
A saudade do futuro não mais me sufocaria
Transformar-se-ia em suaves aromas de açucenas brancas
Almas aliviadas
Buscando-se reciprocamente
Estendidas durante os milênios num petrificado paroxismo do desejo
Olhos sobrenaturalmente eclipsados
Enquanto os pequenos ácaros assistiriam uma chuva finíssima de emoção
Poesia da excessiva interiorização...
Forma tanatológica e portentosa da paixão
Segredo de amor.

. Kaísa .
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Os Dois Pecados de Psique


(Eros e Psique, Antonio Canova)

Morpheu faz cortesia esta noite.
Languidez voluptuosa do poder que nunca tive
Erro de Psique em querer facetar Eros
Estender luz ínfima à penumbra que o deleita
A permitir adentrar-lhe as pupilas dilatadas
Que se cegam à presença da clarividência
Estender-me-ia ao tamanho de minhas inverdades
Ao som do que quero escutar
Odiarei a força dos que sabem ludibriar
Dos que mentem a vida que não sentem
Mas esquecerei que também minto
Verbalizo a mágoa que não tenho
Perco-a com a noite que não contemplo
Castigados os andarilhos errantes
Tomá-los-ei dos meus erros
Ainda.
Gotículas da fixação perdida
Escoam dos orifícios basaltiformes de meu organismo
Conquanto o tenha,
Na busca da baropneumodinâmica que o direciona é que o talvez perca.
O saudosista de memória curta
Inconstante permanece à deriva do pó
Sente perder-se em essência à mercê do que fora
Há quem me saiba, é o que temo
Pra quem é vã a complexidade proposital
Irritar-me-ia por decifrares o que encubro
Emaranhado entre os termos desconexos
Que não dizem aos outros, mas reluzem transparência
Ao que necessitaria segredá-los.
Não descobres que resguardo o mistério.
Pintaria da cor dos olhos que beijo
Fá-los-ia de ponta-cabeça
Do ângulo por qual vaga o que me dizem.
Silenciam.
Do silêncio cortante plurissignificativo
Não quer dizer de nada
É o tudo em mim
Quis que quisesse não ter querido
Mas não deixo de querer
E do quisto não me absteria
Não tenho culpados
Não tenho pena
Minha pena circunda a atmosfera dos seres
Eclode em mim por vezes
Faz-me insensível por sua ausência noutras
Dorme-se sobre os pensamentos
Fagocita-se só o memorável
Alimenta-se o Id
Mas não os nega, não.
Não será por medo
Mas pelo desejo de pular a que não atendeu
Desejo antigo
Dos outros tantos abafados
Que preservam este
Sente mais e cada vez além
Sorri quando a fúria é mais forte que a solidez da parede
Menos forte que a dor dos punhos
Mais fraca que o raciocínio controlável.
Oriunda da morte precoce
Renasceu do feito vangloriado
Menos, mais ou tanto do que fora
Não se sabe...
Mas tentarei escrever tua imagem
Com os traços que me destes
Do que creio e do que não.
Abala-me só a lembrança do que não conheci
Projeto do seu desenho que tomou seu espírito
Eternizo-o na memória que o não contemplou
Não o sei, porquanto o sinto
Desenharei o desenhista de mim
A julgar pela limitação de meus traços
Um personagem só...
Cuja audácia fez de si a vida que prometia
Pergunto-me se teve tempo de amar
Fi-lo em vão?

Tatiane Hirata

quinta-feira, 18 de outubro de 2007


.ABDICO DO DIREITO DE RESPOSTA.
"Não tem o que dizer...
são só palavras
(...)"


(créditos da imagem:http://www.reservadepalabras.org/img/rafaturnes-palabras.jpg)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

E Nem Foi Ainda Disparada

Do que não fora com intentos ou exposições,
Torna com palavras que refletem interpretação além da demasiada.
A superficial.
Impulsos é que não interpretaria
Já não procura os significados que fazia brotar da utopia.
Mesmo que se pare diante do mundo e se opte por contemplá-lo
De covardia não se acusaria.
Esta é a que se oprime por temor quando deseja sê-lo.
Difere-se da que se imuniza
Impermeabiliza-se dos fluidos de sentidos circundantes,
Anestesia-se e poupa-se do mecanicismo das tentativas.
Talvez continue ainda por hora a dormir,
Mas é que se apetece dos sonhos surrealistas que se abstraem até de si mesma.
Seja desejo efêmero,
E o é
Por hora deixaria de sentir coisa que fosse.
As memórias que expeliria,
Corrijo,
São minhas.
E o faria tão só pelo anseio de ter em vácuo a mente...
Interessa-se sim por saber
Do mais que muito se interessou
E tanto além do que lhe serviu
Mas não se mais limita pelo conhecimento
Seja por verdades ou mentiras.
Foge da uniformidade e reafirma a derrubada dos velhos conceitos.
Não há querência de poder nem prazer na autoridade forjada.
Indiferencia-se até pela contrariedade
Delibera-se dos fascínios mitológicos da infância.
Amadurece sim em gradativo aprendizado e já se chega a reconhecer
Por detrás do espelho.
Vê por si mesma que asas de cera eram só as provenientes da ilusão
E mesmo elas podem voar, desde que se não aproximem do Sol...
Só que já não me contentam as limitações
Como Ícaro talvez me também esquecesse de proteger
Muito bem levada pelo êxtase de voar
e a ironia não foi a intenção cá aparentada
Disse d`algo além do que te pareceu...
Maior que a própria força
Sabe que há Quem a leve pelo vento
Carregada nos braços e sem olhar para o chão.
A força de que falas é que não tenho discernido por entre a carcaça “protetora” que te reveste.
Singularidade da que se não apercebe presa pela obsessão da liberdade que tanto busca.
Hipócrita o dito do bem pelo mal
Não me pouparias da inconsciência julgando-te a coordenação equilibrada que mantém esmagado pela força dos músculos humanos teu próprio conceito de controle.
Mantém teus olhos abertos,
Mas não julga todos os outros cegos nem quando finges que não há nada.
Não buscará sentido em recriminações tantas e desmotivadas.
Não se deu com prazer de discutir e visivelmente abandona a prolixidade fútil.
Vê com gratuidade
Não se arrepende
Não se preocupa
Da sorte usufrui e até do azar disponibilizar-se-ia a encarar.
Troca palavras mais se preciso, torne ou não o prazer de extraí-las.
Paga pra ver, o que houver pra ser...
1ª, 2ª e 3ª pessoas aqui se variam ou indistinguem-se.
Não velará por torná-las aptas à viabilidade do entendimento.
Crê nele e na fácil distinção de emissor e receptor sem tal cuidado.
Efeito colateral da Hiperestesia.



Tati

terça-feira, 16 de outubro de 2007

...




















.Madrugada taciturna quando a carne se enfurece em sonho.
Uma vida estouvada?
Cômica e triste submissão ao destino?
Tragicomicidade?
Instinto solitário e selvagem?
Capacidade e peculiaridades, no limite da sanidade,
em vários estados de hipnose?
é deveras inexplicável,
inexorável
e faz-me cantar o amor
sob violentas luas elétricas, em alucinatórias cavalgadas,
estados anímicos não mais sujeitos à domabilidade.
Sentada no foco da ira incandescente,
ouço concepções singulares sobre a voracidade.
Desconcertada.
Desarticulada.
Tresloucada.
Lembro-me dos olhos e nos olhos os olhos: a paralisia do tempo.
Lembro-me da espera cercada das noites trepidantes.
Como de costume,padecia de dúvidas ansiosas,
risíveis neurônios inanimados
traduzidos em poemas soltos e descompromissados.
Nada que espraiasse a minha fome,
todos os famintos são iguais.
Rasgo-me.
Retraço-me.
Corto-me com lâmina fria de uma faca.
Quem teve a cabeça decepada,
mexa o narizinho.
A carne quase ria.
Fascinação.
Alma inconstante, dolorosamente dilatada no chão da agonia,
submersa no asco
oscila na febril dissensão entre sonho, realidade e a ilusão.
Invento sonhos lúdicos,
espirro lembranças e sensações.
Tudo subsiste dentro dos côncavos e vales da minha memória ...
Dormências, tormentos, lutos, naufrágios ...
problemas e soluções,
inquietações, alegrias, contrastando-se em meras incompreensões.
Vendavais que arrepiam
redemoinhos de espasmos
instantes de intenso abalo sísmico
explosões seguidas de combustão.
No dia mais feliz da minha vida
deram-me um anemômetro,
o gozo subiu à boca
e um grito de alegria marcou o encontro etéreo,
encontrei o meu lugar nos olhos da tempestade.
Utopia realizada.
Sonho pacifista semi-acabado.
Transposição poética e cifrada...
Talvez agora não seja mais um sonho.
Algo em mim chove diluviosamente.
Quais são os nossos segredos ?
Certamente infinitos, como nossos demônios invisíveis,
mas presentes
ou talvez sequer existam, a não ser em nosso temor,
eterno ou passageiro.
Que venha o fim de tudo,
o caos, o cataclisma,
o apocalipse, o satã,
o sagrado, o profano,
a força infinita perfeita e pensante,
a catarse,
o perfume fulminante.
Taquicardia, palpitação...
alcançando-se o ponto extremo
e indo além.
Nada me assusta tanto
Nem me agrada tanto
Cada um carrega em si o seu oposto
a vida é o germe da destruição
e busco dessa maneira a minha revolução,
bálsamo de tranqüilidade que deleita o meu coração.
A emoção é sempre tão reenergizante
e enquanto o sangue pulsar na mão com que escrevo,
o querido gigante apx. fará parte,
tanto quanto eu,
dos redolentes restos de dias suspensos.
Tenhamos paciência.
Havemos de amanhecer
livres do medo diante do tempo
ou não.
E nesses dias tenho antigos desejos
como o de devorar costeletas ao molho escabeche
e dançar um tango em Paris
ou pelo menos
almejá-lo ardentemente.
Não exijo senão isto,
isto sempre,
isto cada vez mais.

. Kaísa .
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Foto: lylia Cornelli, Margarida Delgado.

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sábado, 13 de outubro de 2007

Decrescência Pretensiosa de Simplicidade

Junto dos dois sushis, do sashimi e dos pedaços de peixe com arroz,
Vomitaria todas as suas memórias.
Far-me-ia sentir bem novamente,
Recompor-me-ia com coco e, novamente, seria capaz de pedalar.
Com dificuldade, é inegável.
Mesmo com quedas providenciais e esfoliações que me apetecem observar depois,
Mas tornaria a casa.
Nela, não haveria de dormir.
Antes, lavar-me-ia e iria em busca do que deveras importa.
À noite, tomaria do vinho e comeria do pão.
A mercê do esquecimento é que se busca renovação.
À roda do desprezo, visa rever conceitos velhos
E derrubar concepções, mesmo as mutantes que dêem lugar ao discernimento.
Deixa de sonhar com o cavalo alado.
Passa a tentar permitir que as próprias asas aflorem.
Se não puder, corre tanto quanto longe puder alcançar.
Fuga ou não
Aproxima-se do único medo para que o vença:
Solidão.
Soube de importâncias maiores ditas em entremeios de insânia
Embevecida na água dionisíaca.
Superior por não medir as palavras.
Sinceras pelo molho de lágrimas que se apostariam sem nexo.
Da mais extasiada psique.
Não quis consolar, mas disse que largasse mão por sobre.
Não prometeu findo vigoroso de felicidade, mas ofereceu os dois rins para que acontecesse.
Assim vai.
Deixa os nove, os dez, os quinze...
Números que se só expandem
E se vai.
Porque necessita.
Mas não morre.
Renasce.


Tati